@MASTERSTHESIS{ 2020:139188246, title = {O que acontece quando “nada” acontece: suspensões e presenças em filmes sobre cotidianos}, year = {2020}, url = "https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/1870", abstract = "Pode um filme ser definido com eficiência por sua duração? A duração é capaz de registrar uma dita realidade por deixá-la fluir sem interferências? Uma obra fílmica de longa duração necessariamente está atrelada a uma imagem pensante e, consequentemente, à revelação de alguma espécie de verdade? Partindo destes questionamentos e da discordância de seus pressupostos, propõe-se uma nova forma de compreender um conjunto de filmes transnacionais produzidos nas últimas quatro décadas que, até então, foram pensados como parte de um cinema duracional diretamente ligado a diferentes vertentes de um dito realismo. O objetivo, portanto, é substituir a primazia do tempo e suas implicações metafísicas pela perspectiva de um cotidiano materialista – este frequentemente referido, nestes estudos duracionais, como apenas mais um dos numerosos elementos que definem o cânone dos cinemas realistas e duracionais. A hipótese levantada é de que o cotidiano sustenta tais produções na forma das ditas narrativas de suspensão, caracterizadas por tramas desdramatizadas, tênues e abertas, acompanhadas de plasticidades cuja ênfase está na coisidade da vida comum. Neste sentido, a fim de investigar os diferentes modos de experiências estéticas oferecidas pelo conjunto de filmes abrigado sob essa lógica, toma-se o conceito de produção de presença como referência para a análise fílmica do corpus, composto por Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), tido como um filme hiper-realista, e La mujer sin cabeza (2008), considerado parte da tendência de um realismo sensório. Por meio da descrição visual e análise poética de ambos, apoiadas em um viés fenomenológico, tal mirada busca identificar elementos que indicam uma oscilação entre efeitos de sentido e de presença, a qual dá lugar a momentos em que a concretude das pequenas coisas do mundo assume primeiro plano. A partir dos resultados obtidos neste percurso, a pesquisa tenta responder, provisoriamente que seja, à impossibilidade do registro neutro do mundo real no cinema ao assumir o simulacro do cotidiano em lugar da discutível representação dele, permitindo elaborar, ainda que em caráter inicial, uma noção de filmes sobre cotidianos que não se comprometem com a revelação de uma “verdade transcendental”, mas sim com o que dão a ver.", publisher = {Universidade Tuiuti do Paraná}, scholl = {Mestrado em Comunicação e Linguagens}, note = {Comunicação e Linguagens} }