@MASTERSTHESIS{ 2025:467829644, title = {Entre destruição e sobrevivência: luto, iconoclastia e disputa pelas imagens de Marielle Franco}, year = {2025}, url = "https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/2094", abstract = "Este estudo investiga como a imagem, em sua função medial e política, transforma a ausência física em uma presença simbólica duradoura e de impacto social, especialmente no contexto do luto por figuras públicas como Marielle Franco. A pesquisa questiona como as representações visuais de Marielle promovem resiliência e resistência após sua morte, entendendo a imagem, segundo Hans Belting, como uma junção entre corpo, mídia e significação cultural, capaz de ir além do registro visual. O conceito de iconoclastia é examinado à luz de Alberto Klein e Georges Didi-Huberman, que veem no gesto de destruição de imagens uma tentativa de apagamento que, paradoxalmente, reforça sua presença simbólica e política. Klein enfatiza a espetacularização midiática dos atos iconoclastas, enquanto Didi-Huberman sugere que as imagens, ao serem ameaçadas, perpetuam memórias e reativam emoções. Jacques Rancière complementa essa visão ao posicionar as imagens como instrumentos de "desentendimento" político, desafiando a ordem estabelecida. Susan Sontag, por sua vez, sublinha a necessidade de uma ética do espectador frente ao sofrimento público, enquanto Judith Butler e Carla Rodrigues argumentam que o luto político conecta a memória do outro à defesa da dignidade humana. Além da destruição das imagens, a pesquisa investiga a mercantilização da figura de Marielle Franco, analisando como sua imagem, ao ser apropriada comercialmente, pode sofrer um esvaziamento político. A comercialização por meio de camisetas, placas, bonecas e outros produtos tensiona sua representação entre um símbolo de resistência e um objeto de consumo, o que levanta a questão sobre os limites entre homenagem e exploração simbólica. Tendo esses autores como pilares da construção teórica, trazemos uma abordagem analítica de material coletado entre os períodos pré-políticos de Marielle e 2025. Esse material, abrangendo notícias, redes sociais e manifestações visuais, foi estruturado para capturar a trajetória visual e política de Marielle. Assim, o estudo analisa essas representações em um campo simbólico de disputas políticas, onde sua imagem persiste e resiste em face de tentativas de apagamento. Metodologicamente, o estudo adota uma abordagem exploratória, teórico-conceitual e bibliográfica para examinar as imagens póstumas de Marielle Franco e o papel do luto político na resistência simbólica. A análise das imagens se fundamenta nas articulações semânticosemióticas entre as categorias levantadas, com base nos estudos de Algirdas Julien Greimas e Joseph Courtés, as quais são formalizadas visualmente visando a mapear as oposições, contradições e implicações na disputa por sua memória. Além disso, recorre ao exame dos tipos de contratos de veridicção para investigar as transformações da imagem nos processos interacionais entre autenticidade, simulação, neutralização e ressignificação política.", publisher = {Universidade Tuiuti do Paraná}, scholl = {Mestrado em Comunicação e Linguagens}, note = {Comunicação e Linguagens} }