@MASTERSTHESIS{ 2023:523624521, title = {Corpos sensíveis em cenas (in)visíveis: consensos e dissensos em imagens midiáticas de mulheres usuárias de drogas}, year = {2023}, url = "https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/1928", abstract = "Esta dissertação discute as formas de representação feminina em campanhas publicitárias de prevenção às drogas, com foco nos modos de enunciação e figuração do corpo. Com base no pressuposto de que tais configurações verbovisuais constituem cenas consensuais de uma visão tradicional do que é ser mulher, a hipótese é que participam de cenas de consensualidade regidas por uma lógica imunitária de triagem dos sujeitos na sociedade, homens ou mulheres. Como objetivo geral, pretende-se identificar os sentidos do corpo feminino, em face de sua visibilidade ou invisibilidade, em campanhas publicitárias de prevenção às drogas pelos seus modos de enunciação e figuração. Os objetivos específicos envolvem: explorar a dimensão histórica da corporeidade feminina nas campanhas; elucidar os sentidos consensuais do corpo feminino nas campanhas e localizar algumas cenas dissensuais assumidas pela corporeidade na prevenção às drogas, com vistas à emancipação, para além do epicentro da publicidade. A exploração por campanhas de prevenção gerou um montante de 1320 anúncios, que favoreceu a compreensão histórica dos modelos de representação do corpo feminino em relação ao consumo de drogas, e que precisou ser recortado em classes mais amplas agrupadas por similaridades. Definiram-se como objetos empíricos um conjunto de 20 pôsteres publicitários, veiculados entre 2000 e 2022, que permitiram desenhar uma tipologia de mulheres associadas ao uso das drogas, seja por romperem as expectativas do sujeito feminino, que na ocorrência aparecem como vítimas de um desvio, seja por homologarem visões preconceituosas contra certo tipo de mulheres consideradas previamente como desviantes no cenário social. Essas campanhas foram analisadas sob a perspectiva da política e da estética, das cenas igualitárias e de montagem, do papel do corpo na constituição de sentidos, de acordo com Jacques Rancière (1988, 2009, 2010, 2012, 2014, 2018a, 2018b, 2019, 2021a, 2021b), Laura Quintana (2020, 2021, 2022) e Georges Didi-Huberman (2003, 2008, 2010, 2011, 2013, 2015, 2016, 2017, 2018a, 2018b, 2018c, 2020) e sobre os sentidos, movimentos figurativos do corpo e formas de vida, inserindo-o no centro da semiose, a partir de Jacques Fontanille (2005, 2016a, 2016b, 2019). Por meio de montagens formaram-se as seguintes categorias temáticas, com base na aparência física, na violência e na imoralidade: a mulher sedutora, que oportuniza o consumo de drogas, cujo corpo é metaforizado na própria droga; a mulher cuidadora, que mantém a sobriedade dos esposos, filhos e pais; e a mulher que causa sofrimento aos outros, como mães usuárias de drogas que vitimizam seus filhos. Destaca-se a dificuldade na busca por campanhas dissensuais, ainda que sutis, no sentido de uma emancipação do próprio clichê feminino, por isso aprofundou-se a pesquisa no sentido de uma busca de outras possíveis experimentações midiáticas mais emancipadoras, como contraponto às consensualidades. Constatou-se a importância de conferir a enunciação própria às usuárias de drogas e estimular a busca por ajuda de maneira digna, ao invés da mera visibilidade do corpo em sofrimento. Por fim, para divulgar a pesquisa na comunidade, desenvolveu-se um compilado dos resultados obtidos.", publisher = {Universidade Tuiuti do Paraná}, scholl = {Mestrado em Comunicação e Linguagens}, note = {Comunicação e Linguagens} }