@PHDTHESIS{ 2023:852765169, title = {“Somos Autistas”: uma cartografia afetiva de enunciados de neurodivergentes no instagram}, year = {2023}, url = "https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/1921", abstract = "Esta tese investiga os enunciados de sujeitos neurodivergentes no Instagram. Procura-se compreender como as demandas, os agenciamentos e os discursos enunciados por autistas em seus arranjos comunicacionais na plataforma de redes sociais digitais mobilizam suas vulnerabilidades e condições de reconhecimento de sua autonomia. A pesquisa privilegia a análise das postagens de forma afetiva, dedicada à escuta das vozes dos sujeitos autistas e à apresentação dos seus manifestos. As discussões são mobilizadas pelos seus enunciados e discursos e as reflexões que delas resultam são aproximadas dos eixos operadores de análise: a autodefinição, os esquemas normativos de julgamento, as vulnerabilidades e a autonomia relacional. Uma intuição cartográfica orienta a construção metodológica atenta às conexões rizomáticas (Deleuze e Guattari, 1995), às sensibilidades investigativas do pensamento por constelações (Walter Benjamin, 2009) e por uma escritura de afetos sensível marcada pela subjetividade decorrente da exploração dos limiares e da relação com a alteridade. O objeto empírico é formado por 12 perfis de sujeitos autistas no Instagram, com média de 28 anos, presentes em 10 diferentes estados brasileiros, nas 5 regiões do território e com 8 diferentes tipos de ocupações. O recorte temporal reúne dados coletados durante 21 meses, no período entre junho de 2020 e fevereiro de 2022, com 574 publicações relacionadas à temática do autismo. Do material colecionado e organizado em constelações temáticas, 95 posts compõem a seleção de análise. O corpus teórico é constituído por noções do movimento da neurodiversidade (Singer, 2017; Silberman, 2015; Bailin, 2019; Abreu, 2021, 2022), pelos estudos da deficiência (Campbell, 2001, 2009; Mello, 2016; Dias, 2013; Diniz, 2003, 2007, 2010), por teorias do discurso, das modalidades enunciativas, questões da técnica e cuidado de si (Foucault, 1997, 2008, 2014), e pela biopotência (Pelbart, 2008). É formado ainda pelas noções de afeto e narrativas autobiográficas (Marques, Martino e Pessoa, 2022), de interação, dispositivos e arranjos comunicacionais (Braga, 2012, 2020), estigma (Goffman, 1963, 1975), vulnerabilidade, reconhecimento e autonomia relacional (Butler, 2011, 2015; Ferrarese, 2016; Laugier, 2005, 2016; Marques, 2018). Neste cenário são revelados sujeitos neurodivergentes que, ao enunciarem suas demandas, agenciamentos e arranjos disposicionais compartilhados em rede, mobilizam suas vulnerabilidades. Com o potencial transformador de seus discursos, pelos relatos das suas vidas e experiências cotidianas, buscam modificar a própria estrutura da vulnerabilidade, definir a si mesmos, alterar quadros e esquemas normativos de julgamento para que sejam vistos e reconhecidos como seres de autonomia. Portanto, empenham suas táticas de reorganização de significados e, nas suas singularidades, fazem conexões e arranjos. Por isso, em rede, neste coletivo, definem: “somos autistas”.", publisher = {Universidade Tuiuti do Paraná}, scholl = {Doutorado em Comunicação e Linguagens}, note = {Comunicação e Linguagens} }