@PHDTHESIS{ 2022:1440412219, title = {A autoralidade no cinema de Luchino Visconti: filmes à deriva}, year = {2022}, url = "https://tede.utp.br/jspui/handle/tede/1918", abstract = "Nesta tese apresento o resultado de uma pesquisa de cunho bibliográfico, iconográfico e filmográfico que investiga a possibilidade de aderência da obra cinematográfica de Luchino Visconti à politique des auteurs, movimento teórico de crítica cinematográfica surgido nos anos 1950 nas páginas da revista Cahiers du Cinéma e que desde então tem influenciado os parâmetros de análise fílmica adotados por inúmeros críticos, ensaístas e pesquisadores. Também conhecido como teoria do autor, preconiza a existência de diretores de cinema cujos filmes expressam uma visão de mundo original e criativa, utilizando temas recorrentes e características audiovisuais que evidenciam possuir o realizador uma identidade filosófica e artística identificável em toda a sua obra. Embora Visconti esteja solidamente consagrado como um diretor essencial na cinematografia do século 20, raramente é mencionado ou estudado sobre o prisma da teoria do autor, o que me fez julgar pertinente a abertura de novas vertentes analíticas sobre uma obra que permanece em plena disponibilidade e circulação. Definimos como o corpus da pesquisa três longas-metragens considerados pela crítica como dissonantes no opus viscontiano: Noites Brancas (1957), O Estrangeiro (1967) e Ludwig (1973), que à época de seu lançamento foram recebidos com várias ressalvas e ainda hoje são tratados como trabalhos de menor relevância na filmografia do diretor. Nessa escolha partimos da premissa de que apesar da existência de questões problemáticas detectadas nesses filmes, se sua exegese sustentar o conceito da autoralidade, torna-se possível estender essa visão ao conjunto da obra do mestre italiano. Essa abordagem representa um desafio para a pesquisa científica, porque a politique des auteurs nunca foi elaborada de modo programático pelos seus criadores e portanto qualquer avanço nesse campo teórico necessita contornar a escassez de textos específicos com a leitura atenta da fortuna crítica gerada em torno dos cineastas eleitos como canônicos pelo movimento. No primeiro capítulo desta tese estruturamos e categorizamos os elementos que emergem da leitura de textos produzidos e entrevistas conduzidas por críticos autoristas da Cahiers du Cinéma, assim como da produção textual de autores como André Bazin, Andrew Sarris, Antoine de Baecque, Jacques Aumont, Peter Wollen e Robert Stam. No segundo capítulo analisamos a trajetória criativa e a construção do estilo 7 pessoal de Visconti, tomando como fundamento teórico a abordagem de David Bordwell no campo estilístico, que promove a inter-relação entre a técnica e o significado interior da imagem, utilizando também escritos do próprio cineasta e depoimentos preservados sob a forma de entrevistas. O terceiro capítulo dedica-se a analisar o corpus escolhido em todas as suas dimensões criativas e técnicas que contribuem para a consecução da mise en-scène, identificando os pontos de convergência dessas obras com a teoria do autor. Chegamos dessa forma à conclusão de que a politique des auteurs, por se constituir num processo em constante fluxo dialógico, não se deixou apagar e nem foi inviabilizada pelo aporte de novos olhares no campo das teorias cinematográficas, tanto no âmbito da cinefilia quanto nos estudos acadêmicos. Permanece um território aberto, vivo e pulsante, capaz de acolher tanto os novos realizadores do século 21 como os grandes mestres do passado como Luchino Visconti.", publisher = {Universidade Tuiuti do Paraná}, scholl = {Doutorado em Comunicação e Linguagens}, note = {Comunicação e Linguagens} }